sexta-feira, 1 de maio de 2009

Cine Clube

Pessoal, acabamos de participar da Frente Sul Mineira dos Direitos da Criança e do Adolescente. Na parte da tarde participamos de uma palestra sobre o direito a convivência familiar e comunitária das crianças e adolescentes.
Para aprofundarmos nesse tema, recomendo assistirem ao filme "Uma Lição de Amor", com Michelle Pfeiffer e Sean Penn.
"Uma Lição de Amor" é um filme sensível e comovente sobre o amor, as relações entre pais e filhos e os laços familiares. "Sou fascinado pelo que faz surgir uma família, pela forma como as pessoas formam uma família não convencional. Acredito que todos os pais se sentem confusos em algum momento. É algo comum a todos aqueles que são pais, não importando se têm ou não alguma deficiência. Pais com algum tipo de deficiência constituem uma ótima metáfora para o fato de que todos nós lutamos para sobreviver num mundo repleto de desafios e de que precisamos de uma espécie de sistema de apoio", declara a diretora e roteirista Jessie Nelson.

Criar uma criança nunca é uma tarefa fácil mas, como todo mundo, Sam Dawson se adaptou. Ele e sua filha Lucy conseguiram vencer as dificuldades, embora nem sempre da maneira convencional, e sempre com a ajuda de um grupo de amigos próximos de Sam. A vida de Lucy nunca foi o que se poderia chamar de "normal", contudo, sempre foi preenchida com alegria e muito amor.

"Lucy e seu pai têm vários programas para a semana, como vídeo às quintas-feiras e karaokê às sextas. Eles se divertem bastante juntos", comenta Dakota Fanning, a menina de sete anos que interpreta Lucy Diamond.

Quando Lucy completa sete anos, porém, o serviço social interfere. Sam tem problemas mentais e caberá à Justiça avaliar sua capacidade de criar Lucy. "Até então Sam funcionou bem como pai, mas ao entrar para a escola, ela é obrigada a lidar com o preconceito das pessoas em relação a ele, bem como com o desafio cada vez maior que se torna sua própria relação com o pai", esclarece uma das roteiristas, Kristine Johnson.

Lucy passa a agir em desacordo com seu real amadurecimento emocional e intelectual, a fim de não ultrapassar seu pai. "Ela faz isso porque ama o pai. E não quer ficar mais velha. Ela quer continuar como ele é", explica Dakota Fanning.

Depois que Lucy é retirada de casa pelas autoridades e levada para viver com uma mãe adotiva, Sam traça um plano. "Eu e meu amigos procuramos nas Páginas Amarelas. Partimos do pressuposto de que, se um escritório de advocacia tem três ou quatro nomes em sua denominação, é porque deve ser bom. A escolha de um escritório que atuasse nesse tipo de causa exigiu alguma deliberação entre os membros do grupo. Escolhemos o escritório de Rita Harrison e eu, então, vou até ela e lhe pergunto se quer assumir a causa", conta Sean Penn.

A atriz indicada ao Oscar Michelle Pfeiffer interpreta o papel de Rita Harrison, uma determinada advogada que, de início, hesita em assumir o caso. É Sean Penn que comenta: "Sam vê Rita como uma heroína que pode recuperar sua filha. É uma grande advogada e fala rápido. Para ele isso parece importante".

Rita acaba por aceitar o desafio para provar aos seus colegas de trabalho que trabalhará num caso de justiça gratuita. Michelle Pfeiffer explica: "Rita começa pelos motivos errados, mas acho que uma vez que se entra em contato com os bondosos corações dessas pessoas e com suas vidas, é impossível não se comover e não se envolver. E é isso que acontece com ela".

Ao longo do trabalho com Sam, Rita investiga seu papel como pai de Lucy e conclui que mesmo alguém como ela, tida como normal pelos padrões sociais, pode se assustar com os desafios impostos pela paternidade. "Ela ficou presa nas próprias armadilhas. Possui tantas máquinas, tantas anotações e uma incontrolável obsessão em ser perfeita. Ela se fechou para o seu coração, é uma dessas pessoas que não pára nunca, pois, se o fizer, vai acabar sentindo alguma coisa", descreve Michelle Pfeiffer.

"Rita precisa ser dura e centrada, mas no fundo é frágil e vulnerável. O filme é sobre sua trajetória e o profundo e duradouro impacto que o contato com Sam tem em sua vida", afirma o produtor Richard Solomon.

Sam é ajudado por sua vizinha Annie, uma pianista agorafóbica, interpretada pela atriz vencedora do Oscar Dianne Wiest, que o auxiliou durante a infância de Lucy. "Todos têm suas próprias armadilhas e prisões. Annie representa isso, pois vive em sua própria prisão de ansiedade e pavor, que acaba por ser pior que a prisão de Sam", declara o produtor Marshall Herskovitz.

O dedicado grupo de amigos de Sam é composto por Ifty, Robert, Brad e Joe, que o apóiam em seus momentos de dificuldade. Eles não apenas cumprem a programação que Sam tem com a filha, como as noites de vídeo e karaokê, como também lhe dão apoio emocional e até mesmo financeiro, à medida que ele cria Lucy.

Doug Hutchison atua no papel do melhor amigo de Sam, Ifty, um homem com uma séria desordem de atenção. "Sua personalidade é uma mistura de mania com uma certa tranqüilidade no meio do caos", diz Hutchison.

Stanley DeSantis faz o papel de Robert, o indivíduo superprotetor e paranóico do grupo de amigos de Sam. "Acho que Robert se considera o pai dos integrantes do grupo. É do tipo que grita, 'Não corra com uma tesoura', 'Não cruze os olhos senão eles não voltarão mais ao normal'. Robert acha que é seu dever repassar todos as recomendações com que somos criados para seus amigos. Preocupa-se com tudo de forma exagerada, mas o fundamental é que realmente se importa com Sam", comenta o ator.

O elenco ainda inclui dois atores com deficiências - Joseph Rosemberg e Brad Allan Silverman (no qual foi inspirado um especial de TV do canal ABC, "The Kid who wouldn`t Quit"), que interpreta um dos amigos de Sam. "Gosto da história e acho que Sam é um grande pai. Tem um coração amoroso que lhe permite comunicar-se com sua filha Lucy. Sei que Sam tem problemas mentais, mas não o vejo dessa forma. Vejo-o como um ser humano normal", declara Silverman.

De outro lado tem-se Turner, o astuto promotor que está do lado oposto de Rita no tribunal. "Esta é uma bela história que toca fundo no coração. Embora a maioria das pessoas tenda a ver Turner como vilão, ele está apenas fazendo seu trabalho e tomando decisões baseando-se em anos de experiência", afirma Richard Schiff (da série de TV "The West Wing"), que atua como Turner.

Laura Dern encarna Randy, a conflituada mãe adotiva de Lucy, que estabelece um forte vínculo com ela. "Randy representa uma excelente opção para a criança, mas Lucy tem uma ligação tão forte com Sam que parte o coração imaginá-la com qualquer outra pessoa", diz Dern. E a atriz prossegue: "Para ela é uma situação bastante complexa; ela precisa descobrir o que é melhor para a menina. A questão consiste em se saber o que é ser um bom pai, quem pode julgar de onde vem o amor e o que é melhor para uma criança. Não há de fato respostas definitivas".

Também no elenco está Loretta Devine, como Margaret, a assistente social que retira Lucy de sua casa. "Margaret está sobrecarregada de trabalho e sob pressão. Ela provavelmente já presenciou casos de maus tratos e, agora, sempre recomenda o que espera ser a melhor alternativa para a criança. É claro que, uma vez tomada a decisão, não a questiona. Ela não quer conhecer Sam mais de perto, porém acredita estar fazendo a coisa certa", comenta Loretta Devine.

À medida que se aproxima o momento da verdade, Sam e Rita criam um vínculo incomum. Michelle Pfeiffer explica: "É preciso observar que enquanto Rita parece ser a pessoa mais sã no filme, ela é, na verdade, a mais insana e está prestes a desmoronar. Sam tem esse senso de sinceridade e verdade que mexe com ela. Outras pessoas ficam intimidadas e têm medo dela, mas não Sam. Ela fechou seu coração, porém Sam a pega de surpresa e encontra uma brecha".

"A meu ver, a deficiência de Sam em nenhum momento diminui sua individualidade ou sua humanidade", afirma Sean Penn.

Não teria sido possível filmar "Uma Lição de Amor" não fosse a filial de Los Angeles da L.A. Goal, uma instituição sem fins lucrativos, fundada em 1969, que atende adultos com dificuldades de desenvolvimento. A diretora e roteirista Jessie Nelson e a roteirista Kristine Johnson fizeram inúmeras visitas à instituição durante a preparação do roteiro, concentrando-se nos portadores de deficiências mentais que tinham filhos. Jessie Nelson recorda-se de que: "Eles não julgavam ninguém", e a roteirista Kristine Johson acrescenta: "Sei que muitas das pessoas que conhecemos já sofreram muito, mas se abriram conosco e eram seres humanos extremamente íntegros".

O projeto foi produzido pela Bedford Falls Company, que já produziu filmes ganhadores do Oscar, tais como "Shakespeare Apaixonado" e "Traffic". Foi seu presidente, Richard Solomon, que apresentou o projeto aos seus co-fundadores Edward Zwick e Marshall Herskovitz. "Trata-se de uma história sobre a formação de uma família bastante incomum, tema que sempre nos interessa", observa Zwick. E Herskovitz acrescenta: "O roteiro era incrivelmente verossímil e enfrentava a realidade de um homem como Sam e o que significa para ele tentar criar um filho. Não fugia das questões difíceis".

Depois que assistirem ao filme, comentem nesta pagina, para trocarmos experiências e impressões.

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